Penelope
A tecelã do meu destino
tece distraidamente uma colcha com fios de bruma
as vezes num desatino
desfaz o tecido sem razão alguma.
Talvez a agulha escorregue de seus dedos
talvez ela se fura e desiste, por medo
mas eu não vejo nada disso, só o degredo
do tecido à minha frente se desfazer sempre tão cedo.
Corro de volta o mais rápido que posso
do furacão de fios que vejo atrás de mim
é terrível a visão que tenho do fosso
penso tudo, mas me recuso a ver o fim
E quando estou balançando no último fio
prestes a me deixar cair lá embaixo, no rio
o serviço recomeça, estranhamente, tardio
e me força a andar o caminho, novamente, vazio.
tece distraidamente uma colcha com fios de bruma
as vezes num desatino
desfaz o tecido sem razão alguma.
Talvez a agulha escorregue de seus dedos
talvez ela se fura e desiste, por medo
mas eu não vejo nada disso, só o degredo
do tecido à minha frente se desfazer sempre tão cedo.
Corro de volta o mais rápido que posso
do furacão de fios que vejo atrás de mim
é terrível a visão que tenho do fosso
penso tudo, mas me recuso a ver o fim
E quando estou balançando no último fio
prestes a me deixar cair lá embaixo, no rio
o serviço recomeça, estranhamente, tardio
e me força a andar o caminho, novamente, vazio.
Comentários
Visual e ritmado, vem num crescente que dá um susto de abismo e um alívio de recomeço (mesmo estando vazio o caminho).
Bjs
amei o poema...
muito bom mesmo.